Saturday, August 22, 2009

Que tal Sentir em vez de Reagir?


Nas relações entre as pessoas existe muita dinâmica, seja de pensamentos, palavras ou ações. Geralmente acreditamos que praticamente tudo aquilo que é expresso por nós, é de fato nosso. Porém, várias vezes nos vemos falando, fazendo e até mesmo pensando coisas que normalmente não fariam parte de nosso repertório. Nesses momentos, com certa confusão mental, passamos a justificar esses instantes, associando-os com eventos que acabaram de ocorrer ("ele me deixou tão nervoso, que fiz isso").
Isso significa que, a partir daí, construímos uma série de comportamentos e julgamentos baseados neste instante atípico e passamos a expressar características diversas das nossas, nos tornando pessoas diferentes, caso situações como esta se tornem constantes.
Um exemplo disso seria quando estamos dentro de nossa "normalidade" e começamos a conversar ou trabalhar com alguém que está sentindo muita raiva. Esta pessoa está impaciente e, por isso, dá vários sinais de inquietação. É bem possível que acabe lhe ofendendo. Sem perceber, você, que se deixa atingir pela ofensa, mesmo que esta não tenha sido intencional, passa então a vibrar na mesma freqüência de raiva da outra pessoa. Rapidamente você vai perdendo a paciência, ficando agressivo e irônico. Você assume com tal naturalidade aquela postura, que o resto do seu dia fica prejudicado em função disso.
Quando então você se dá conta de seu estado, você passa a associá-lo a outros eventos da sua vida, como as dificuldades financeiras ou o chefe exigente e vai carregando estes factores com culpa (factos que antes de você assimilar a raiva alheia, não lhe passavam na cabeça). Em poucos dias, alimentando cada vez mais estes sentimentos e justificando-os em sua mente, você recria sua realidade. Torna suas contas ainda mais difíceis de pagar ou recebe mais "puxões de orelha" de seu chefe. Tudo então faz pleno sentido, pois se cria uma roda óbvia de ação e reação.
Você não se tocou em nenhum momento de que foi a convivência com uma pessoa que gerou o efeito disparador de toda uma reação em cadeia.

Como evitar reagir inconscientemente às situações e pessoas?
Consciência de quem se é - quando sabemos muito bem quem somos, fica mais fácil identificar sentimentos, pensamentos e ações atípicos;

Foco no presente - se estamos alertas, focados no momento presente, fica nítido quando nossa energia começa a se transformar. Neste instante, podemos identificar a fonte e combatê-la;
Prestar atenção ao próprio interior - estar atento aos fluxos de pensamentos e sentimentos, assim como à direção a qual estão nos levando, nos ajuda a simplesmente mudar a rota. Se os sentimentos são expressões de tristeza, egoísmo, inveja, raiva ou vingança, sabemos que irão influenciar negativamente nossos próximos movimentos.

Pare. Reflita. Resolva. Relaxe
Quando se perceber agindo de modo estranho, antes de começar a criar as justificativas pare, reflita, resolva e relaxe:
Pare - Não continue a discutir ou a fazer qualquer coisa no momento em que entender que está reagindo a alguma coisa, pois a tendência é ir complicando mais e mais a situação. Vide brigas entre casais;
Reflita - Retire-se para algum lugar tranquüilo, mesmo que seja o banheiro, e tente se lembrar como tudo começou. Quem disparou o gatilho? Será que alguém disse alguma coisa brincando que lhe incomodou profundamente e fez você ficar reagindo sem perceber?;
Resolva - Identificado o problema, resolva-o internamente. Ninguém tem culpa da sua reação. Mesmo que seja uma pessoa cheia de rancor ou raiva que fez algo para você, é o seu livre-arbítrio que decidiu se deixar influenciar ou não;
Relaxe - Resolvido, se acalme, volte ao seu estado anterior de paz e alegria, lembrando-se de todas as boas coisas das quais é agradecido. E vá em frente!

Sunday, August 16, 2009


Não Dramatize as situações!!!


Você conhece alguém que tem hábito de dramatizar as situações? Eu convivo com muitas pessoas assim e sempre me questiono se elas enxergam tudo de uma maneira real ou se distorcem a imagem do que as acontece.
Há uma relação entre o que sentimos e o que realmente ocorre. Pessoas diferentes percebem uma mesma situação de forma distinta. Um exemplo seria alguém que fica traumatizado por ter sofrido um acidente de carro e, com isso, resolve nunca mais dirigir. Uma outra pessoa que estava no carro no mesmo momento pode não guardar nenhum trauma pelo ocorrido.
Tudo o que vivenciamos no exterior está ligado ao que temos dentro de nós. Pense num casal em que o homem é super carinhoso e atencioso, enquanto a mulher é muito carente. Para ela, as carícias de seu parceiro nunca são suficientes. Isto acontece porque o ato de agradar alguém não depende unicamente de quem quer agradar e sim da percepção dentro de cada um de nós do que é ser agradado.
A maneira como colocamos peso e importância nas situações vividas faz com que elas realmente pareçam ter um tamanho maior."A maneira como colocamos peso e importância nas situações vividas faz com que elas realmente pareçam ter um tamanho maior." Isso acontece com tudo ao nosso redor, como o modo que encaramos os problemas e as pessoas que fazem parte de nossas vidas. Muitas vezes, acreditamos que determinados fatos são mais fortes que nós mesmos, sem ao menos tentar encará-los. Depois, reclamamos por não termos forças suficientes para resolver tais problemas. Mas isso tudo partiu de uma atitude unicamanete nossa - a capacidade de dramatizar a situação, de colocá-la com uma relevância muito maior do que ela realmente possui.
Você já passou por alguma situação em que o seu drama foi tão grande e tempos depois chegou a rir da maneira como você reagiu? Você está passando por isso neste exato momento, se desesperando, perdendo sono e até a sua maneira de comer mudou por causa de um problema?
Se estiver desse jeito, algumas dicas são:
1-Pare um pouquinho e saia desse rodamoinho enorme que está em volta de sua cabeça lhe atormentando.
2-Liberte-se dessa pressão, dessa vontade enorme de que tudo dê certo, de que você precisa dar certo e escolher a melhor opção possível para resolver isso.
3-Pare de pensar na imagem que os outros vão ter quando você resolver tal questão.
4-Você realmente acredita que você é capaz de ser feliz e manter pensamentos positivos e otimistas sobre o que lhe acontece? Se a resposta for positiva, reflita: você vê alguma oposição entre o que realmente se passa com você e o que nutre em sua cabeça? Se a resposta for negativa, pense: o que você acha que merece é o que você dá a si mesmo?
Encarar a vida com leveza, vendo e sentindo o que realmente se passa com você, sem drama, é uma tarefa difícil e demorada, que exige verdadeira coragem para adotar uma visão madura e decidida de ser feliz. Mesmo que haja problemas a serem resolvidos, quando estamos nos dando o nosso melhor, não perdemos o brilho nos olhos nem o sorriso no rosto. Mas isto é tarefa apenas para quem quer encarar a vida como ela realmente é. Você está preparado para isso?

Friday, August 07, 2009

AFINAL A NOSSA VIDA É JUSTA?

É muito comum, ao sofrermos um grande trauma ou passarmos por situações difíceis, buscarmos um entendimento acerca dos motivos que fizeram com que aquilo ocorresse. Tentando atribuir um sentido lógico aos acontecimentos, muitas vezes precisamos apontar um responsável, alguém em quem se possa depositar nossa dor, raiva, frustração e mágoa. Esse alguém pode ser uma pessoa de fora, o destino, Deus, ou nós mesmos... Afinal, por que será que acontecem coisas ruins com pessoas boas? Eis a velha questão que sempre aparece.
De fato, o ser humano não está preparado para a dor. Somos ensinados desde novos a buscar a felicidade, mas... e quando ela não vem, por algum motivo inexplicável, apesar de tanto esforço? Não nos diziam que era só fazermos a nossa parte e tudo daria certo? Será que só nos resta aquele gosto amargo da derrota e do fracasso?
A esta altura do texto, algum leitor já pode estar desanimado. "Não quero falar de dor, sai pra lá". Este texto também não tem esse objetivo, e sim o de fazer brotar em quem estiver lendo a semente da coragem. Passar por situações ruins não tem a ver necessariamente com merecimento, mas sim com aprendizado. Por isso, a vida nos convida a todo instante a renascer, através da aceitação dos nossos limites.
Fazer a nossa parte é oferecer nosso melhor, auxiliar o outro a também fazer a parte dele e esperar humildemente pelo desenrolar dos acontecimentos. Não é maravilhoso saber que podemos parar a cadeia do mal em nós mesmos, corrigindo nossos erros e evitando julgar os outros? Merecimento existe sim, mas não do modo como imaginamos. A vida não é uma equação matemática, exata e linear. Os erros fazem parte da trajetória e há vários caminhos para se chegar a um mesmo resultado, por isso, o esforço sempre a vale a pena, desde que tenhamos consciência dos nossos limites.
Paciência, tolerância e aceitação são as chaves de uma convivência de paz consigo mesmo e com o mundo. Lembre-se: culpar os outros não traz a tão sonhada felicidade. E, como diria o cantor: "mesmo quanto tudo pede um pouco mais de calma, até mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára (...) A vida é tão rara".
Vamos aproveitar essa raridade de estarmos juntos aqui e agora para construir algo melhor. Porque justa ou não, a vida é bela e cheia de oportunidades!